quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Envio e chegada dos documentos em Buenos Aires


Realmente a sensação é estranha. Mandamos os documentos para o escritório de imigração e chegou em menos de uma semana. Dá um frio na barriga! Não esperava que fosse tão rápido. Ao mesmo tempo o coração se enche de esperança e medo pela incerteza , mesmo que limitada porque estamos nos esforçando no francês e na organização do projeto de mudança (documentos, ler outros blogs, falta fortalecer a história de busca de empregos), mas não estamos a deriva, temos rumo e força. Não sei descrever bem o que estou sentindo mas aí abaixo anexei a foto do protocolo do envio do Sur Postal. C´est vrai! On y va! Acho que mais breve que pensamos...


sábado, 2 de fevereiro de 2008

Tem tristeza, mas não é triste.

Estar triste não é ser triste. É bom usar as diferenças entre ser e estar. Vou aproveitar minha língua mãe para isso. No "être" não cabe essa intenção.
Ontem fomos ver "O Caçador de pipas". Minha espectativa era enorme. O livro foi impactante. O filme tinha que ser igualmente, e foi. O importante é que quando li o livro, não tinha observado com tanta atenção os sentimentos relacionados a migração. Identificação foi o segredo dessa minha leitura. Como os personagens, deixar o Afeganistão (no meu caso o Brasil) e migrar para os EUA (Québec) envolve muitos sentimentos. Experimentei pelo filme o sentimento de alívio de deixar um lugar "ameaçador" para meus projetos: vida saudável, justiça social, possibilidades para os filhos...
Chorei com o livro, chorei com o filme , mas chorei diferente. Foram lágrimas resignadas. Não de fuga, de decisão. Pelos amigos dos quais sei que vou ficar na lembrança. Por pensar nas pessoas que vão morrer. Por não conseguir mais sonhar com um país bom nos meus dias. É difícil dizer, mas o lugar que eu sonhei não está mais por aqui.
Não gosto da sensação comunicar esse pesar, mas vou me permitir. O contraste ajuda a ver melhor.
Sonhar com as perspectivas anima demais... E que venha a bonança!
Québec, on y va!

Nossa decisão de imigrar

Começou a série "Canadá - A nova América" da Rede Record.
Já tinhamos conversado sobre mudar do país. Há parentes nos EUA e na Europa. Mas passar pelo que eles passaram eu não topava! Ela topava. Chegamos a pensar na Bélgica, mas passou. Um dia conversamos seriamente e eu disse que para viver como imigrante ilegal não aceitava. Porém uma luz se acendeu: curtindo o ócio do fim da noite vimos uma das reportagens da série. "Pra lá eu tenho coragem!" Começou aí nossa saga: Google, Orkut, Canadá-Brasil, Brasileiros no Canadá, etc. Depois de muita pesquisa ela esbarrou no mundo dos blogueiros, os imigrantes daqui de Brasília, que foram tão legais com a gente e aqui estamos nós.

Gosto por experimentar novidades

Sabe aquela vontade de provar comidas diferentes, lugares incomuns ou até mesmo coisas comuns que não se comem juntas, como suco de Morango e Maracujá, pão com leite condensado ou um "simples" acarajé? Pois é, algumas pessoas, como eu hoje, tem essa vontade; outras, como eu era e como alguns leitores, torceriam o nariz e rejeitariam na hora.
Esse impulso por novidades sempre me fez louca pra sair do meu país e buscar novas experiências mundo afora (definitivamente aqui não é o meu lugar). Certo dia, eu e o marido assistindo TV nos deparamos com a reportagem que mudaria nossas rotas, isso ele explica melhor.
Pensando nisso, deixo aqui uma receitinha a-lá "Baixa Gastronomia" (por que Alta Gastronomia não é comigo, sô mais um caldinho de feijão, um engrossado de fubá - depois dou as receitas tbm). Essa receita vai se chamar Esposa e Marido numa simples alusão ao nosso contraste cromático - coisa de cútis, sabe?
Voi-lá:
- Brigadeiro normal em baixo, castanha de cajú picadinha no meio e mousse de maracujá por cima. Pra enfeitar, pouquinho de polpa do maracujá.
Tbm fica ótimo com mousse de limão e claro, estando geladinho, pode se preparar para receber os elogios!!!