Há dois dias atrás tivemos aqui a primeira tempestade de neve da estaçao. Dizem que depois da tempestade vem a bonança, bem no caso daqui, vem mais neve.(risos) Mas piadinhas a parte percebi o que já imaginava: a natureza tem sua força e merece respeito.
Usando um exemplo do Brasil, digamos que num dia em que o mar está de ressaca, subitamente dá uma vontade de nadar, por prudência, tem que deixar a vontade passar, ou aceitar os riscos. Guardadas as devidas proporçoes, essa e a lógica de enfrentar uma tempestade. É importante saber que se der pra ficar em casa, ficar. Se nao der e precisar sair, sair de ônibus ou, pra quem mora em Montreal, de Metrô, e se nao der mesmo pra pegar o ônibus, tomar muito cuidado com a estrada e aceitar os imprevistos dessa opçao.
Nessa tempestade percebi algumas coisas: a vida nao para por causa da neve, diminui o ritmo, mas nao para. A cidade tem uma logística preparada pra isso. Depois de uma certa quantidade de neve, a gente vê as máquinas nas ruas empurrando a neve para os lados, os ônibus continuam passando, os shoppings continuam funcionando, muitas outras lojas também. Em contrapartida, a maioria das escolas fechou e aí tem que rolar um malabarismo dos pais para buscar os filhos ou ligar para aquele vizinho gente boa e ver se ele pode ficar com a criança até a hora do pai chegar, para aquelas crianças que já pegam o ônibus escolar. No meu caso, quando a tempestade apertou o banco fechou e a galera foi providenciando suas coisas. Aí é hora de ir pra casa, contemplar o espetáculo da natureza.
Como a previsao do tempo há uma semana já estava anunciando a tempestade, me programei para voltar de ônibus. Do meu trabalho na parada é bem perto uns 300 metros. Mas ainda assim foi um desafio. Agradeci a Deus por ter comprado um bom casaco de inverno e por estar todo equipado: botas de neve, casaco com capuz, toca, esqueci o cachecol, mas deu pra encarar. A temperatura estava por volta de -3C mas tinha muito vento o que diminui muito a sensaçao térmica. A neve ficava batendo no olho (única parte que estava de fora) e dificultou um pouco a visao. Peguei o onibus e fui pra casa. Estava dificil e de ver em qual parada descer, porque tinha neve de fora da janela e estava embaçada por dentro. Eu peguntei meio descrente para a pessoa do meu lado: Você sabe em que altura estamos? E surpresa: ele sabia! Ajudou demais. Ainda bem que na hora de escolher ap, tivemos uma ajuda estratégica dos nossos amigos Adolfo e Flavielle para achar um que fosse perto da parada. Neste momento de novo agradeci a Deus por eles e por essa ajuda! Depois de uns minutinhos de caminhada, lar doce lar!
Nada traumático pra um começo de estaçao. Ficou de brinde um cenário toda branquinho, cheio de neve. A visao está linda! "Mas isso é só a primeira", todos por aqui dizem, sabendo que somos recém-chegados.
Um comentário:
heheheh, tem coisas que só a neve faz pra você!
:D
realmente, bom saber qure é só uma questão de se ajeitar e curtir a nova vida. se por um lado aqui a gente se afoga (e não tem jeito de encarar) com os alagamentos pós-chuva no rio e sampa, aí ao menos é possível afastar a neve.
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