quarta-feira, 27 de maio de 2009

5 dias em Montreal

Acredito que todo mundo que faz uma mudança muito grande acaba tendo essa sensação de muita coisa em pouco tempo. Confesso que temos tido pouquíssimo tempo para mandar e-mail e atualizar o blog, mas pelos nossos amigos, vale, nem que seja pra mandar notícia.
Vou dividir esse post em 2 partes: O que fizemos e como estou(estamos) nos sentindo.

O que já fizemos

Chegamos no fim-de-semana (chegamos na sexta e depois das 4 praticamente NADA funciona). Então o que fizemos foi no aeroporto mesmo. Entrada no país, imigração e entrada em Quebec. Essa é a grande vantagem de fazer " la landing" em Montreal.  Fomos recebidos pelos nossos amigos Wellington e Ismael e viemos para casa de nossos amigos Luciana e Otávio.  No sábado fomos almoçar com Wellington e Suzel, e ficamos por lá até mais tarde. Domingo fomos a missa, encontramos um monte de gente legal, inclusive uns blogueiros de plantão e nossos queridos Álvaro, Erisa e filhos. Fomos ao parque Beaubien (belíssimo e cheio de judeus ortodoxos), nos encontramos com Álvaro e Erisa novamente depois e casa. Na segunda cedinho fomos ao MIC, depois ao Desjardins, depois ao NAS, encontramos com Cícero e Ismael e casa. Hoje por fim fomos ao IKEA (uma mistura de Leroi-Merlin e Tok-stok, dá pra passar dias), fomos trocar os pneus de inverno do carro do Otavio e agendei alguns Rendez-vous! UFA!

Impressões

 É uma cidade extremamente diversa. Estou positivamente assustado. Pra facilitar a compreensão vou comparar: Para mim é como São Paulo, com 1000% a mais de diversidade (étnica, religiosa, sexual,  gastronômica, estética: cultural no sentido mais amplo da palavra) e com a tranqüilidade de uma cidadezinha de interior, até porque tudo fecha bem cedo. O Trânsito é impressionante. Os carros são sem descrição. Que tal uma Ferrari do seu lado no semáforo. E se fossem duas? Todos andam devagar, pedestre quase é rei (com as ressalvas de uma cidade de 3 milhões de habitantes), idosos e deficientes andando na rua, pessoas de patins e bicicletas nas ruas principais. Essa é a cidade do bonjourhi (bonjurrai kkkk) as pessoas falam as duas línguas, misturam, falam em uma e respondem em outra. Babel existe e se chama Montreal! Tem muita gente bonita e a maioria se cuida, ou aparenta se cuidar. Tem uma coisa chata: A cidade tem uma umidade muito baixa. Estou tendo que beber muita água e os lábios estão sempre secos. Mais que isso: vinde e vede!

Agradecimentos

Tenho que agradecer nominalmente a muitas pessoas que nos ajudaram nesse caminho, se esquecer de alguém, por favor, me corrijam.

A Thaís, mulher maravilhosa que insistiu para embarcarmos juntos nesse projeto ousado e real.

A Alexandre e Valéria, nossos integradores no Grupo e queridos amigos.

Wellington e Suzel pela disposição, carinho e tudo mais sem palavras.

Flavielle e Adolfo, amigos queridos a quem sempre teremos muito carinho

Antoine Ricard et Anne Marie, nos premiers grands amis Quebecois, Le plus bon professeur de joual! Dicas que estão valendo ouro!

A nossas famílias que nos apoiaram e apóiam sempre em nossos sonhos, Cunhadas Genova e Mary, concunhado Genildao apoiando muito no que a gente ainda tem no Brasil, Laka com seu carinho. Derson e Nessa com a Animação. Lívia com o sorriso e apoio. Os sobrinhos João Pedro e Rafael, João Paulo e Paulo Vitor que nos alegram tanto. Ese e Marcio, Keila, Lindemebergue,as tias Roxa, Marluce e Sueli. Vocês nos animam.

A minha mãe maravilhosa (Isabel) e de coração tão grande que nos apóia e patrocinou a viagem. Você e uma mulher admirável e eu te amo muito!

Ao grande amigo sempre presente Doug que amamos imensamente e comprou praticamente nossa casa toda (kkkkkkkkk) Doug, vc vai amar esse lugar!

Otávio e Luciana que além de nos suportarem na casa deles estão nos tratando com muito carinho! Vocês são sem igual.

A todos os outros amigos que encontramos nessa jornada.

Rogério e Luciane, Paulo e Luciana, Goldman, Rodrigo e Luciana de Otawa, Ana e David de Boucherville, Emanuelle e Alexandre, o querido Ismael, João e Beth, Fagner e Nayara, Ricardo e Gleici, Pedro Fazzioni, Elaine e Pablo (bem-vindos), Rodrigo e Mariana, Cícero e Ana Claudia, Bruno de Ville, Eduardo e Catarina, Fernanda e Matheus, Sana Hassania, que se dispôs sem me conhecer, pessoal do Grupo Brasilia-Canada como um todo.

Nosso carinho especial aos amigos que chegarão em breve: Lucas e Roberta (que estiveram na nossa despedida e no garage sale ajudando esse momento de despedida. Obrigado) Andreia, Dmitri e Anita, (vcs são demais! Estamos esperando vcs) Tici e Andre, Raquel e seus “rapazes”, Carlos e Cristina, Hartur e Gabi, Lidia Barreiros, Marília Beltrame, Marcos e Luana, Rudy sumido (kkkkk)

E aos que ainda estão no Brasil no que pudermos ajudar contem conosco. Vamos reproduzir a corrente do bem. A todos nosso muito obrigado!

domingo, 24 de maio de 2009

Chegamos Montreal!

Salut Amigos,

Hoje é o nosso terceiro dia em Montreal e as coisas passam voando. Nossa viagem foi tranqüila, no que se refere a parte operacional, emocionalmente foi um turbilhão de emoção. Está valendo a pena, com certeza. Mas para ser mais preciso, vamos ao passo-a-passo.

Saímos de Brasília 18 horas e chegamos a Sampa perto das 20. Em São Paulo tivemos que retirar nossas passagens até Montreal no Guichê da United. Foi tranquilo e tivemos tempo sobrando. Fomos de United porque usamos milhas da TAM para uma das passagens e queríamos fazer o Landing em Montreal, para isso tivemos que passar pelos EUA. Embarcamos em Guarulhos às 21 horas, sem maiores preocupações, só é uma burocracia esse processo de alfândega. Vôo tranquilo, atendimento bilingüe ( português e inglês) horário preciso. Chegamos a Washington às 6:30, uma fila gigante pra fazer alfândega, mais de 1 hora de pé, mas não tivemos aquelas chateações de abrir malas, que foram beeeem empacotadas em plástico, os oficiais americanos bem objetivos e embarcamos num avião bem pequeno para Montreal às 8:30 aproximadamente. Chegamos finalmente, mais animados que cansados às 10:30 no nosso destino final: La Belle Montréal!

Mais burocracias (sem traumas) no Aeroporto Troudeau, faz alfândega, preenche os fórmularios iniciais, vai pra imigração, faz o Landing com os documentos recebidos do Processo Federal, passa pela imigração de Quebec, pega às malas e Ufa! Encontramos nossos amigos Wellington e Ismael! Eeeeee. Chegamos!

C' est vrai! On est lá! De mala e Tudo!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Vende-se tudo!


Belo Texto, para mim foi inspirador, espero que seja para todos!

Vende-se Tudo
Martha Medeiros

No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos.

O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante.

Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá seiam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma. No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros. Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apegueia nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.

Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida... Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa. Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Providências antes da partida - Parte 2 - As malas



As malas mereciam um post só pra elas. Até porque, assim como nós, os nossos "trapinhos" também tiveram que passar por um processo de seleção. Então aí vai nossa experiência.

Critérios:

- Peso e tamanho: Regra geral, vôos internacionais tem um padrão de 2 malas de 32 Kg, somando 158 cm de perímetro nas medidas, mais 5 Kg de bagagem de mão, por pessoa. Isso para não pagar excesso, nem bagagem adicional, ou ter que despachar pelo correio ou como carga.

A + B + C = 158 cm

- Serve ou não: em 2 sentidos. No corpo, porque a gente guarda aquelas roupas pré ou pós emagrecimento; e se é adequada ao clima de Quebec. Pro calor é fácil, mas pro frio nem sempre. Nosso inverno é no máximo o outono de lá. E outra, será que as pessos usam tais ou tais outras peças por lá? Lemos em um relato que saias micro são normais mas algumas peças mais comuns, pelo menos no Brasil, chamam a atenção.

- Pode ou não pode: há alguns itens que não podem ser levados como bagagem de mão tais como shampoos, objetos pontiagudos ou metálicos ( que potencialmente podem ser usados como arma branca) etc. Há outras coisas que não podem entrar como alimentos perecíveis.

- Como levar: sim faz muita diferença carregar malas cheias de 2 rodas ou com 4 a 6 rodas e nas dimensões exigidas.

Parafraseando Camões: Planejar é preciso!

Quais foram nossas soluções:
Para as medidas das malas, pedimos fita metrica para medi-las antes de comprar. Fomos 5 pessoas comprar as 10 malas juntos, e, unindo a quantidade com as habilidades negociais de nosso amigo Fagner, conseguimos um belo desconto. Pesquisamos bastante também.

Outro detalhe é que, optamos pelo mesmo tipo de mala, porque todos teriam que passar pelo mesmo padrão. Não conhecemos ninguém que teve problemas com medidas mas optamos por não arriscar. Para nosso conforto, as malas que escolhemos são de 4 rodas, dá pra carrega-las sem inclinar, o que ajuda demais no trânsito.

Vimos algumas experiências de amigos para pesar as malas mas de todos a maneira que adotamos foi a sugerida pelo Ricardo e pela Gleici: a balança de pesca esportiva! Estranho? Que nada! Muito prático. Há uma balança digital para peixes que suporta até 50 kg e custa entre 80 e 100 reais, mede uns 10 cm, pesa uns 300 g e pode ser comprada na net. Ela tem um gancho e no lugar do peixe, colocamos a mala! Apurrinhações com peso na hora do embarque, pra que? Equilibrar na balança do banheiro, nem se fala.

Eles (Ricardo e Gleici) também perceberam que só com roupas as malas não completavam os 32 kg, então surgiu a técnica ninja do aspirador de pó. Próximo post eu conto.